sábado, 23 de maio de 2009

Turismo no Brasil

As primeiras estimativas indicam que em 2004, o Brasil recebeu mais de 4,5 milhões de turistas internacionais. O turismo internacional para o Brasil tem crescido acima da média mundial, porém passando por altos e baixos.

Como em outros países, em termos de quantidades de turistas, o mercado doméstico é muito maior que o mercado internacional e o turismo regional da América Latina representa uma fatia importante no turismo internacional.

Cada um desses mercados mostra tendências distintas e em função disso podemos distinguir 5 fases do turismo internacional para o Brasil durante os últimos 20 anos. Durante esse período também houve mudanças importantes no perfil do turismo no Brasil, que espelham as tendências mundiais e fatores locais e regionais.

Fase 1 - Anos Dourados

O turismo para o Brasil cresce bem acima da média mundial, chegando a quase 2 milhões de turistas estrangeiros em 1987. A Embratur mantém escritórios no exterior. O câmbio é favorável e o Brasil é um destino "barato". O grande portão de entrada é Rio de Janeiro, que figura com destaque num anúncio da Bacardi.

Fase 2 - Collor e Candelária

Na virada dos anos noventa, com a crise econômica e o destaque da imprensa internacional para o aumento da violência no Rio de Janeiro, epitomisado pela chacina de meninos de rua em frente à Igreja da Candelária, o turismo internacional entra em crise. Em 1991 o Brasil recebeu a metade do número de turistas que em 1987. O turismo regional da América Latina ganha mais importância. Neste período o Rio perde sua posição de portão de entrada para São Paulo em parte por causa da maior cobrança de ICMS sobre combustíveis para aeronaves.

Fase 3 - Plano Real e Turismo de Negócios

O Plano Real ajuda a mudar a imagem do Brasil e atrai muito turismo de negócios do exterior. O câmbio desfavorável inibe um pouco o turismo a lazer. São Paulo, a capital dos negócios fortalece sua posição. O turismo de América Latina continuou forte.

Fase 4 - Desvalorização

A desvalorização do real no início de 1999, combinado com uma imagem recuperada do Brasil atrai cada vez mais turista a lazer e ajuda a manter o crescimento forte do turismo internacional.

Fase 5 - Crise Argentina - Brasil na Moda

A crise da Argentina mostra a importância do turismo regional no fluxo de turistas internacionais (o numero total cai), porém o número de turistas da Europa e América do Norte continua crescendo. A eleição de Lula ajuda a fortalecer ainda mais a imagem do Brasil e os vôos charters facilitam o preço de viagem para turistas de Sol & Mar. Brasil está na moda.


Mudanças na indústria do turismo no Brasil
 Se compararmos o perfil turístico do Brasil dos anos oitenta com a situação de hoje podemos ver que houve grandes mudanças. O desenvolvimento do turismo de natureza e aventura (principalmente com base no fluxo nacional) e a maior acessibilidade dos destinos nordestinos através de vôos charters significaram a oferta de um número maior de destinos, competindo para atrair um mercado maior de turistas.

Uma comparação de número de turistas internacionais por porta de entrada entre 1986, 1996 e 2003, mostra que São Paulo assumiu o papel de porta de entrada que antes era do Rio de Janeiro. Enquanto o Sul perdeu espaço para o Nordeste. Uma tendência similar pode ser observada através das principais cidades visitadas do Estudo de Demanda Internacional (Embratur). Em 1996, além de Rio e São Paulo as cidades mais visitadas eram cidades da região Sul (Florianópolis, Foz do Iguaçu e Porto Alegre), enquanto que em 2003 o destaque era o Nordeste (Salvador, Fortaleza e Recife).

A previsão é que o Brasil continue crescendo, embora a meta divulgada pelo Ministério de Turismo de atrair 9 milhões de turistas até 2007 pareça ambiciosa. A previsão da OMT é que o Brasil atrairá 14 milhões de turistas estrangeiros em 2020, crescendo a um ritmo médio de 5,2% ao ano desde 2000. Com base na linha de tendência de crescimento histórico 1987 - 2003, a projeção para 2020 seria somente 9 milhões de turistas, crescendo a um ritmo médio de 4,8% desde 2003.

Embora o crescimento do turismo seja desejável, um crescimento desordenado pode ter impactos negativos que acabam por ruir o capital natural e sócio-cultural que são os fundamentos da atratividade de um destino. No Brasil muitos destinos estão com problemas básicos de ordenamento - um exemplo típico é Porto Seguro.

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